terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Como utilizar a Tecnologia com seus alunos?

Com base na discussão levantada por Sintian no Bloguinfo, gostaria de suscitar nesse espaço uma crítica a respeito da utilização da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) nas escolas.

Muitos gestores e mesmo professores ainda pensam que utilizar um computador ou projetor nas suas aulas é sinônimo de atualização da metodologia e um bom uso da TIC.

No entanto, poucas mudanças conseguimos sentir no que diz respeito a resultados de desempenho e interesse dos alunos: Aulas meramente expositivas (através de projetores!) que não promovem a construção e o interesse pelo conhecimento, alunos sentados enfileirados fazendo cópias do que o professor diz, aulas de informática delimitadas a formar usuários acríticos (meros reprodutores)... Não percebemos, em muitas escolas, um avanço significativo quanto à concepção de como o aluno aprende e de como a nova Tecnologia pode auxiliar nesse sentido . Precisamos avançar muito nesses conceitos... Mas como? O que cada um de nós pode fazer?

Este é um espaço para você deixar suas sugestões e trocar idéias sobre como fazer um uso pedagógico da Tecnologia da Informação e Comunicação na escola de forma a promover a construção do conhecimento de maneira crítica e participativa pelos alunos.

Você realizou alguma experiência bem sucedida na sua escola? Tem sugestões interessantes? Então, não deixe de postar seus comentários!

E aí fica uma "provocação ilustrativa" para iniciar a reflexão sobre o tema

Imagem em http://www.slideshare.net/ovando/algunas-posibilidades-20/

2 comentários:

Sindy disse...

Pois é Lara, infelizmente, incluir o uso das TICs no contexto escolar nem sempre é sinônimo de inovação. Muitas vezes fazemos com o computador e o projetos multimídia o que é feito com cadernos e livros.
O mais importante é adotar uma proposta pedagógica diferenciada, que faça uso dos recursos tecnológicos como um meio, não um fim.
Por isso acredito na proposta dos projetos de aprendizagem, que partem do tema de interesse do aluno que recorre aos recursos disponíveis para realizar suas pesquisas.
Lá no meu blog (http://bloguinfo.blogspot.com/) há dois exemplos, do Sérgio e da Berna. Passe por lá para deixar seu comentário também!
Abçs
Sintian

Anônimo disse...

Olá...A rede acabou me largando por aqui.
Percebe-se que ainda existem muitas dúvidas quanto a utilização das TICs. Algumas vezes percebe-se que existe uma vasta camada teórica, que pensa e re-pensa essa questão. Porém na prática percebemos que nem sempre existe clareza quanto aos objetivos.

Começo esse post resposta concordando com Streck: Para uma educação estar à altura de seu tempo, portanto, não basta que se troque quadro de giz por ‘power point’, no que alguns chamam de ‘colonização high tech’, numa indústria que movimenta milhões de dólares em pesquisa e produção de equipamentos didáticos. (STRECK, 2003, p.148).

Pessoalmente, sempre que penso em Tecnologias Educacionais e Informática Educativa, penso na dimensão da Autoria do aluno. Essa para mim é a grande potencialidade da Informática Educativa.

No ano de 2007, tive uma experiência muito gostosa, que rendeu bons frutos que foi um trabalho desenvolvido pela 7ª série, que construiu um vídeo documentário. Esse vídeo tinha como objetivo sensibilizar os moradores da localidade e a população em geral, sobre os problemas ambientais principalmente ligados ao rio que corta a localidade.

Dentro desse projeto foram exploradas as potencialidades de cada ferramenta, entre elas: O celular, a máquina Digital, o mp3, o gravador.

O vídeo que resultou tem duração de 12 minutos apresenta as belezas naturais da localidade, em seguida apresenta os problemas, logo após vem a opinião dos moradores sobre as questos ambientais e por final uma grande compilação com mensagem dos alunos.

Esse vídeo está disponivel na biblioteca municipal, na biblioteca escolar e na comunidade várias familias solicitaram uma cópia.

Apresentei esse trabalho no XII Seminário de Educação, Tecnologia e Sociedade. Onde enfatizamos que quando pensamos em informática educativa, estamos englobando uma série de outras idéias como ciberspaço, virtualização, inteligência coletiva e hipertexto.

A dimensão que volto a destacar é a importância da autoria, o aluno como autor, na minha perspectiva, deve ser um dos foco principal.

E segundo Kriesang: Para pensar o lugar do computador na escola numa perspectiva construcionista, não basta analisar as possibilidades do seu uso como instrumento de ensino e/ou recurso didático. Ele pode (e deve), enquanto produto, ser uma das ferramentas que fomenta e potencializa a capacidade inventiva e investigativa do ser humano no seu saber fazer, no seu querer aprender, no seu querer ser e no seu quere viver com o outro. Mas na educação, como recurso tecnológico que complexifica a linguagem humana - da qual a informática faz parte - o papel do computador e suas possibilidades parte integrante da e na sua própria criação e recriação, de si e da informática que educa.(Kriesang. 2003)

Precisamos ter claro que quando falamos em questões como informática educativa, não estamos falando de uma simples ferramenta a mais na escola. Mas, estamos falando de um "novo código", uma nova linguagem para interagir, transmitir e construir conhecimentos, não se tratando “apenas” de ensinar os velhos conteúdos de forma eletrônica, ou de instrumentalizar o aluno fazendo dele um usuário. Precisamos ter como perspectiva a formação de cidadãos abertos e conscientes que saibam tomar decisões e trabalhar em equipe, principalmente que tenham a habilidade de aprender a aprender e de viver juntos. E aqui vejo a importância dos projetos colaborativos, a capacidade de interagir utilizando espaços como Blogs, Wikis, e AVAs que potencializam a multiplicidade de olhares, esses que nos levam a outras dimensões de pensamento e conhecimento. Aqui entendendo a palavra interagir, não como um "clique aqui", mas como um "eu aqui". A palavra interagir, nessa linha de pensamento, é permitir que a pessoa participe da construção, resgatando mais uma vez a idéia da autoria.